Oi Robinson,
O ponto final de ônibus do bairro ficava próximo à padaria e da Farmácia Maciel, na Av. Pery Ronchetti. Quando chovia os ônibus (que eram da companhia Brasil Luxo) não podiam descer até ponto final, em virtude do barro que formava. Era terrível, atolava tudo no barro, e nós crianças ficávamos do barranco assistindo o pessoal desatolar os ônibus e os carros.

Nasci em 1954, tenho 63 anos. Estudei o primeiro ano na primeira escolinha pública do Pery, que era feita de madeira, ficava no terreno onde hoje tem a Igreja Nossa Sra. da Penha, depois fui para a outra escola que construída na esquina Av, Pery Ronchetti x Av, Santa Ignêz, em frente a rotatória da Pedra Branca que desce para o Pery.
Neste período foi construído o prédio do Grupo Escolar Rita Bicudo Pereira onde conclui o curso primário.
Foto 2:
Estamos em frente à Bica de água da Rua índio Peri...onde muitas pessoas da região se abasteciam de água limpa para beber e cozinhar.
Estamos em frente à Bica de água da Rua índio Peri...onde muitas pessoas da região se abasteciam de água limpa para beber e cozinhar.
Nesta foto estou eu e meu irmão ''Aparecido José Ramalho'' e uma moça que no momento também pegava água (não lembro quem era). Bem no final da rua antiga Moacir fogo ( Mário Soler) tinha um terreno com uma caída bem forte que era por onde descíamos por um trilho até o final pra se chegar na biquinha. No passado tentaram colocar uma imagem de Nossa Sra. de Aparecida sobre esta pedra, mas não durou muito tempo.

Foto 3
Estamos eu e o meu saudoso pai 'José Ramalho' com a bicicleta que usava como meio de transporte para ir trabalhar no bairro de Santana...nesse tempo morávamos ainda na Rua Moacir Fogo.
Do tempo que morei nessa rua me lembro de poucas pessoas, como Seu Joel pai do Moisés, do Ico, que trabalhava na padaria do Pery, do Valêncio, Joãozinho manquinho, e lembro do campinho na rua Mario Soler.
Da esquerda para a
direita, minha prima irmã (foi criada com a gente) que se chamava ''Francisca '' (Chiquinha), minha saudosa Mãe ''Sabina Ana Ramalho'', Manoela (amiga da
família), meu irmão ''Aparecido José Ramalho'' e eu Claudio Ramalho. Foto tomada na pontinha que liga a ilha no Horto Florestal, onde era comum
fazermos passeios sempre que possível...passeávamos e brincávamos no
parquinho do Horto e as vezes assistíamos os jogos de futebol do Silvicultura (time
do Horto).
Foto 5: O Bar do Sr. Augusto, no largo do Pery
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Claudio Ramalho no Bar do Sr. Augusto, Déc: 70 |
Era eu quem abria o bar pela manhã, antes das seis horas passava na padaria pra buscar pão, voltava e abria o bar. Quando abria um pouco mais tarde tinha que ouvir reclamação, principalmente dos motoristas e cobradores que queriam tomar seu café antes do primeiro ônibus sair.
Em frente ao bar tinha a guarita do fiscal, lembro do Sr. Faustino que era um eles, mora até hoje no bairro, na Rua Miguel de Lemos, era ele quem me ajudava a acalmar o povo reclamando..
O dia mais difícil na semana para trabalhar era na quarta porque tinha a Feira, na época montada na rua Índio Peri. Logo cedo, antes dos feirantes montarem as barracas eu tinha que abrir o bar para atendê-los, era uma correria, mas também muito divertido. Geralmente nas quartas feiras o Sr. Augusto (Proprietário) chegava mais cedo para ajudar no atendimento..
Próximo a este tinha outro estabelecimento que era concorrente do Sr. Augusto, o ''Bar do Pico”, com mesas de bilhar (bastante conhecido na época) virava e mexia o pau comia entre os dois, Sr. Augusto x Pico, literalmente saiam no braço mas no dia seguinte estavam na boa de novo, já era um fato corriqueiro.
O Bar do Sr. Augusto tinha bastante movimento por ser próximo aos pontos finais de ônibus e também de táxis de frota, muito comum na época, e ainda tinha o movimento da feira (nas quartas-feiras).
Era tipo um Point na época, onde frequentavam desde o pessoal da 38º da Vila Amália, investigadores e delegados. Eu conhecia todos, como também a malandragem
toda (que na época a delinquência maior eram as brigas, pequenos
delitos comparado com os de hoje).
LEMBRANÇAS DA FEIRA DO PERY, QUANDO ERA MONTADA NA AV. PERY RONCHETTI. Mais uma lembrança, até mais ou menos o final da década de 60 a feira do Jardim Pery era montada na avenida Pery "Ronchetti", onde eu já trabalhava fazendo carretos (levava as compras das mulheres, muita sofrência kkk), quando a entrega era no bairro Pedra Branca ou no Pery alto eu sofria pra empurrar o carrinho cheio ladeira acima, mas valia a pena porque já ganhava uma graninha. No dia da feira o trânsito ficava bem confuso no bairro, era desviado pela rua do Seu Albano, Rua Joaquim Dias Pinto e Rua Índio Peri
Também engraxei sapatos em frente a padaria do Pery, detalhe: para conseguir o ponto tinha que resolver no braço, tinha que ser determinado.
O SUCUPIRA: Seguindo do lado direito a caminho da Vila Continental, onde hoje chamam de Sucupira tinha o famoso lagoão, eram duas lagoas. Ali era onde tinham peixes grandes.Uma vez eu vi o pessoal passando rede...pegando traíra. De vez em quando saia até umas brigas feias, porque o pessoal pescava com peneira para pegar cascudo.
Também se pescavam naquele pequeno riacho que vem do Arboreto Vila Amália, passando perto da biquinha da Rua Índio Peri onde formava uma lagoinha, aí o pessoal pescava nele de ponta a ponta.
Tinha gente que pescava nas águas desse riacho, mas não tinham muitos peixes não. A gente pegava guaruzinhos e engolia vivo que era para aprender a nadar kkk. Nesse tempo a água era limpinha.
Já maior um pouco
comecei a frequentar os campos de futebol, esta foto foi tirada no
campo do Guarani, onde posteriormente acabou sendo formada uma
favela (Comunidade Guarani).
Na foto estou ao lado do meu chara saudoso ''Claudio Mesquita'' da (família Mesquita muito grande ai no Pery).
Na foto estou ao lado do meu chara saudoso ''Claudio Mesquita'' da (família Mesquita muito grande ai no Pery).

Foto 7
Em 1977 desfilei na VAI VAI com o pessoal da BLACK MAD que já na época, em plena ditadura militar vinha se despontando com o movimento negro.
A BLACK MAD continua ainda hoje promovendo grandes eventos com o Mauricio Nogueira que desde a fundação continua no comando.

POSSO DIZER QUE VI NASCER A BLACK MAD, EQUIPE PIONEIRA DO MOVIMENTO BLACK MUSIC NA ZONA NORTE. O início da Black Mad se deu pelo fato do Maurício realizar bailes na garagem e aí foi expandindo e começou a buscar espaços maiores porque cada vez mais o movimento crescia e assim foi surgindo uma legião de adeptos. Ainda guardo uma das primeiras camisetas da Black Mad, há pelo menos 35 anos).

Tudo isso ocorria em plena era da velha ditadura militar, não sabíamos, mas com certeza os milicos deviam estar de olho na gente. Em meados da década de 1970 o Maurício abriu um salão de festas na rua Condessa Amália Matarazzo, Jardim Pery velho, conhecido ''Risca faca''.

A união da Black Mad com as equipes de DJs; Company Soul e Zimbabwe são as raízes do que hoje conhecemos como a Cultura Black. Estilos musicais como o soul e o funk, temperados à brasileira, tiveram seu auge na década de 1970 aqui no Brasil.
MINHA LIGAÇÃO COM A BLACK MAD: Quando a equipe foi formada eu trabalhava na Bravox (fábrica de auto falantes, localizada perto no Horto Florestal) marca líder no setor de caixas acústicas, então a minha função era dar manutenção nas caixas acústicas; tempos depois a fábrica mudou para a cidade de ITU e eu me mudei junto. Foi um período que marcou a minha vida.

Foto 10

Foto 10
Na foto nº 10 esta
parte da nossa turminha na época:
Moacir Nogueira, Mauro Nogueira, Juca (Jucão), Benê, Jandira, Daisy, Miriam, as irmãs gêmeas; Cida e Fátima, Fátima irmã da Daisy, Tânia, Marquinho, Julio, Jesus, jê), Claudio etc.
Moacir Nogueira, Mauro Nogueira, Juca (Jucão), Benê, Jandira, Daisy, Miriam, as irmãs gêmeas; Cida e Fátima, Fátima irmã da Daisy, Tânia, Marquinho, Julio, Jesus, jê), Claudio etc.
JUNTOS PARTICIPAMOS DA HISTORIA DO PERY
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Família Ramalho, na Rua Miguel de Lemos na vila continental,~ ano 1975
História das Famílias do Jardim Pery:
Texto: Claudio Ramalho
Fotos acervo Família Ramalho
Edição final e correção: Robinson Dias |
Filhos Claudio, Aparecido, pai José Ramalho e mãe Sabina Ana Ramalho; no colo a prima Beatriz
Eu estudei na escola rita bicudo pereira
ResponderExcluirEm 1966 .67.68
Meu pai ficava direto neste bar.sr Alfredo Goes
Eu estudei na escola rita bicudo pereira
ResponderExcluirEm 1966 .67.68
Meu pai ficava direto neste bar.sr Alfredo Goes
Meu amigo sou desse tempo e presenciei tudo que você relatou, sinto muita saudade... parabéns recordar e viver. Manolo
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