domingo, 15 de maio de 2022

Lembrando da Chácara Quinta Maria Augusta.


Lembrando da Chácara Quinta Maria Augusta.


 Fui moradora com minha família na ''Chácara Quinta Maria Augusta'' que ficava ali perto da SABESP sentido lado esquerdo no começo da estrada de Santa Inês -subida da serra da cantareira Mairiporã, no local hoje tem o Rodoanel, meus pais foram caseiros dessa chácara por mais de 40 anos. Meu pai é conhecido como Zé da chácara mas o nome dele é Arménio Sousa e minha mãe  Teresa Faria.

Os donos eram portuguêses irmãos da mesma família Freitas: Sr.Manuel, Sr. Joao Gregório ( falecido) e Sr. José Freitas ....

Na chácara tinham duas casas a do caseiro que era essa onde moramos e a outra onde  que família utilizava quando vinha para realizar festas e confraternizações entre familiares deles como aniversários, casamento e etc...Mas eles nunca moraram nesta chácara, vinham só de vez enquando para realizarem mesmo alguma festa, eles nem mesmo pernoitavam na casa sede nos fins de semana. A família Freitas morava na cidade de Guarulhos.


A chácara existiu até
2015 quando foi desapropriada pela Dersa pra ceder espaço para as obras do trecho norte do Rodoanel. 

Meus pais atualmente moram ainda num terreno acima do local que foi á eles doado pela família Freitas como parte da indenização pelos 40 anos trabalhados para eles.

 Então nesse terreno fizeram uma casa onde ainda residem até o momento. 

Ali vivemos bons tempos, eu sinto  muitas saudades dessa casa, pena que o Rodoanel veio e estragou o lugar mais lindo do local. Nossa foi muito bom ter morado ali!!!!!!

Pelo visto esta foi a última das chácaras que existiram na região. Meu pai maninha hortas onde plantava de quase tudo um pouco e tmbám criava animais; galinhas, porcos, cabritos e também cavalos. Consumíamos de tudo o que se produzia nas hortas na chácara, muito alface, couve, mandioca e frutas,jabuticaba, goiaba carambola, jaca, pintanga, bananas...

Meu pai gostava de cavalo e tinha uma charrete qual  utilizava como meio de transporte. 

Na década de 90 meu pai levava eu e outra irmã pra escola de charrete e eu muito ingênua  morria de vergonha, estudávamos no Colégio Dilson Funaro. E também era comum passearmos de charrete pelo bairro Jardim Pery quando meu pai ia até o mercado Peri na av. Pery Ronchetti fazer compras.

Meu pai era servente de pedreiro, nascido na Bahia de onde veio casado com minha mãe Dona Teresa em em meados da déc 70, veio para trabalhar, foi quando conheceu os portugueses trabalhando em outra obra e assim acabou vindo ser caseiro na chácara deles.

Meus pais tiveram 7 filhas.

Durante essas 4 décadas presenciei as mudanças na comunidade do Jd. Flamingo que praticamente vimos nascer. As ruas eram todas de terra, lembro que quando andava por lá voltava marrom de tanto barro.

Não fiz muitos amigos e amigas ali, mas tinha uma boa amizade com uma moça que morava ali pertinho da casa dos meus pais. Uma família muito amiga da minha família eraa fa mília da Dona Teresa, que  ainda mora no ponto final do 148, e o Ari que conserta máquinas de lavar ali próximo também.

Era muito prazeroso morar dentro daquela chácara, dormir e acordar no meio da natureza era tudo de bom, a melhor coisa da vida na verdade, eu amo a natureza. O local era tão tranquilo que nem memso o barulho de carros toda hora passando na estrada atrapalhava nossa tranquilidade. Tínhamos uma vida ótima ali.

Na chácara tinha poço artesiano, depois  puxei água da SABESP mas usava os dois.

Foi uma grande tristesa quando chegou a notícia que as obras do rodoanel passariam por ali e teríamos que sair, isso foi no ano de 2014. Ah vou ser sincera essa parte foi a mais triste nem gosto muito de lembrar porque foi triste porque vivi ali e minha história seria interrompido por Rodoanel.

Me mudei de lá há 7 anos, mas sempre que posso visito meus pais que moram perto da chácara que não existe mais. 

Meus pais receberam uma parte do terreno como pare  pelo tempo que trabalharam para os Feitas. 

Outra família moradora ali que me lembro era Seu Afonso e Dona Antônia (falecida),  que era muito amiga da minha mãe e meus pais.  Naquela casa azul.

Dentro da chácara tinha uma santa que pelo que me lembro era a Santa das Graças, uma estátua de mais de 2 metros de altura, ficava sobre uma pedra que até mesmo da rua dava pra avistá-la. Nós cuidavamos da santa. Antes da casa ser demolida os irmãos Freitas levara a santa embora. 

A historia mais estranha que vivi nessa chácara foi saber que o rodoanel destruiria tudo ali por onde passaria e passou e destruiu.


Numa parte mais acima do terreno onde morávamos era propriedade do Sr. Rubens Ferreira de Barros.


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