quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Pesquisando a História da antiga Olaria do Serviço Florestal- Pery/Vila Amália.

EM MEMÓRIA DE ''JOSÉ ALVES''.

A fim de resgatar e trazer a tona a história da velha Olaria do Serviço Florestal, demos início á esta postagem que fica como fonte de base de informações, textão ainda em aberto, sem correção:
OLARIA: xilogravura de Georgina Torres
Pra quem não sabia foi nesta olaria onde se fabricou tijolos que serviram às construções da nova sede do Serviço Florestal e instalações do parque Horto Florestal e das residências das vilas operárias que abrigavam operários da instituição, nas décadas de 40 a 70

Para fazer funcionar a olaria operários eram contratados pelo Serviço Florestal como P.O, pessoal para obras. Modelo de contrato temporário na época. Normalmente os operários contratados para mover a olaria tinham alguma experiencia no setor, estes residiam nas casas erguidas na vila Operária, como com Antonio Alves.
Haviam duas vilas operárias, a primeira erguida no Horto Florestal onde esta hoje as instalações do atual Instituto Florestal que ainda servem á funcionários da instituição, na vila operária conhecida hoje como ''Núcleo Olaria'' erguida depois serve hoje á apenas um único morador do Instituto Florestal. As outras casas que por mais de 50 anos abrigaram operários foram desocupadas, ficando hoje sobre a administração da CPU: Coordenadoria de Parques Urbanos. Há algumas dessas casas servindo á ongs que estudam trazer oficinas culturais e algum tipo de atividades sócio culturais ambientais trabalhando com as comunidades locais.

Na foto Seu José Alves e primeiro da esquerda
Seu José Alves foi feitor deste setor desde sua fundação na década de 40. Nas horas de folga mudava de profissão de oleiro e feitor de olaria para violeiro e compositor. As filhas Cida e Helena lembram com carinho os velhos tempos. _ Meu paí tocava e cantava, e em certas ocasiões vinham artistas da música caipira tocar viola e fazer cantoria com ele...Milionário e José foi uma dupla que veio visitá-lo. 
 Helena Alves ( filha) lembrou dos velhos tempos de infância que viveu brincando ali nos arredores do arboreto Vila Amália e da velha olaria. _Eu cresci naquela olaria, lembro de tudo funcionando, a pipa, o forno, a cocheira.

Também o neto Fabiano S Francano deixou esse comentário: _Meu avô morou e trabalhou por muitos anos nesta olaria, morava na primeira casa do conjunto de casinhas da vila operária, ele era violeiro e recebia alguns violeiros famosos da época para tocar junto. Era bem conhecido na redondeza, rua Índio Peri e imediações, trabalhou também 35 anos no Horto Florestal. Todo ano organizava a festa de reis e congada.

ABAIXO MATERIAL EXTRAÍDO DE DOCUMENTOS OFICIAIS DA INSTITUIÇÃO, D.O

Com uma nova visão administrativa, o Dr. José Camargo Cabral ( Diretor de geral do Serviço Florestal) imprime uma mudança na maneira de gerir o Serviço Florestal. Em sua gestão inúmeros edifícios foram incorporados ao patrimônio do Horto, tais como: a nova sede administrativa, a residência para o Diretor e casas para os funcionários; para facilitar essas obras,
implantou, fora da área de uso público, uma olaria, atualmente em ruínas, devido à ação antrópica e ao decurso do tempo..


Outra sobrinha do violeiro, oleiro, e feitor José Alves deixou sua lembrança num comentário:
Marta Kis _Eu cresci brincando nesta olaria, era muito bom. Meu tio José Alves da Silva era o encarregado que tomava conta de tudo que saia desta olaria. Cuidava dos funcionários.Me lembro da pipa como era chamado onde ficava o barro ou argila e os animais ficavam girando para fazer a mistura e a prensagem para ir para as mesas onde os oleiros faziam os tijolos. Dizia -se bater o tijolo.

Outra moradora lembra: Cida Barbosa _Pra quem viu e ver agora como esta esquecido. Agora são os nóias tomando conta, como tenho saudades.
A outra filha de A. Alves senhora Aparecida Alves viu a postagem e também se pronunciou lembrando seu tempo de morada na vila operária da olaria. _Me lembro perfeitamente, morei lá até 1967, depois eu casei e sai de lá.
Dalva Amaro Que saudades desse tempo, pena que não volta mais. Me lembro muito bem do seu Zé Alves, sinto muita saudades desse tempo, pena que não volta mais, ficou só saudades. Lembro também do Augustinho e da Frausina, irmã dele, recordar é viver.
Há no Museu Florestal- Horto Florestal Octávio Vecchi em exposição no seu acervo fixo uma forma original da Olaria do Serviço Florestal, com as letras PSF, e 5 tijolos.


Detalhe: 2 tijolos produzidos na Olaria do Serviço Florestal
Na imagem ao lado um registro bem interessante. Foto de uma parede que guarda verdadeira relíquia que remonta parte de uma história talvez perdida; tijolos que foram fabricados no setor de olaria do Serviço Florestal. O primeiro na imagem com as iniciais PSF: Posto Serviço Florestal- era o trivial, o segundo traz as inciais '' CPT'' que é um incógnita, coincidem com as mesmas iniciais do Clube Paulistano de Tiro, agremiação que funcionou dentro do terreno do Arboreto Vila Amália com atividades  de treino e tiro prático desde 1940 até meados de 2010. Mas também as inciais 'CPT' coincidem com ''Companhia Paulista de trens''. 

PROCESSO DR. CABRAL X FUNCIONÁRIOS
Eu pesquisava sobre esta Olaria ainda antes de conhecer pela web parentes de A. Alves e encontrei um documento interessantíssimo onde o deputado na época Jânio Quadros lê na tribuna denúncias sobre maus tratos do diretor geral  Dr. José Camargo Cabral ( Diretor de geral do Serviço Florestal) para com seus subalternos funcionários da instituição, sendo um deles o feitor Antonio Alves com quem manteve grave falha chegando a afastar José Alves por algum tempo daquele serviço, tendo sido desagradado por não ter acatado ordens do tal Cabral que lhe impôs subtrair a quantidade de tijolos que eram produzidos ao mês.
Mais informações desse processo descreverei mais adiante neste trabalho. .
 A meu ver seria interessante confirmar em algumas paredes das construções do atual Polo Cultural- antigas instalações do Clube de Tiro a existência de tijolos com uma das duas formas de fabricação..


A memória viva que eu trago da minha infância, eu narrador, é a de alguns tópicos em todo esse complexo que é o Arboreto Vila Amália, Clube de Tiro e o setor Olaria. Da olaria lembro da porteira pra se entrar, pra acessar o arboreto passávamos por dentro da olaria, entre o galpão onde tinham as bancadas onde enformavam e de secagem de tijolos e as casas da vila operária que ficava de frente, mais a frente do lado direito antes da mata ficava instalada a 'pipa'' local onde mistura o barro. Normalmente tinha um e até 2 animais( burricos)  tracionando um sarilio que move uma pá concava que faz a mistura num poço raso....lembro da chaminé da olaria sempre com fumaça anunciando alguma fornada de produção de tijolos acontecendo....
somando a idade sendo nascido em 1963 e a olaria encerrou em meados de 1971, eu tinha 8 anos de idade...


As fotos aqui publicadas são do acervo oficial da Família Alves, cedida gentilmente para Galeria Jardim Pery Zona Norte & PeryNews.

Na manhã de 31/10/2018 eu conversei com Eliana Cardoso, ex moradora da Vila Operária.
@GJPZN: Bom Dia Eliana. Você disse que morou nem uma das residências da vila operária da extinta Olaria ? se você pudesse, gostaríamos que nos trouxesse á memória fatos desse lugar, Arboreto, Vila Amália e Olaria......

Eliana_ Bom dia. Sim, chegamos pra morar na Olaria na década 80. Nessa época eu ainda era muito criança, não me lembro muita coisa, meus irmãos devem lembrar mais que eu. 
Sou filha de um guarda antigo que já faleceu, todos o conheciam na região. Era mais conhecido como 
'Magro' mas seu nome era Sebastião, minha mãe é a Dona Cida, que também trabalhou muitos anos no Instituto Florestal. O último setor que meu pai trabalho foi no viveiro de produção de mudas de árvores nativas, junto com Guenji, diretor. Hoje moro no bairro ao lado do arboreto, Vila Amélia. 
@GJPZN: Seu pai por acaso tinha apedido de Tocha, chegou a trabalhar também no Museu Florestal um tempo?
Eliana_ Não, esse foi meu padrasto
@GJPZN: Poderíamos concluir que sua família foi uma das últimas a vir morar na vila operária da Olaria??

Eliana_ Exato. Nossa casa ficava perto da bica, ao lada de onde moravam a família do casal já falecido ''Seu João e a Dona Zefa'', outro funcionário antigo da instituição. 

Gde abço e me desculpe adentrar aqui na sua página, é tudo pela memória do bairro. ABÇO
Texto / pesquisa: Robinson Dias e Helena Scioli

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